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Aqui está o maior segredo de todos: A insistência em manter estas teimosas barreiras não provém de uma necessidade biológica de manter segredos, mas sim de uma necessidade emocional de serem os pais a descobri-los
São pequenos sussurros de informação que o impedem de compreender o seu adolescente. Mas ora aqui está o maior segredo de todos: A nossa insistência em manter estas teimosas barreiras entre nós e os nossos progenitores não provém de uma necessidade biológica de manter esses segredos, mas sim de uma necessidade emocional de serem vocês a descobri-los.
Após 17 anos de experiência e muitas discussões desnecessárias com pais ignorantes, pelo menos ignorantes em relação a nós e à nossa maneira de funcionar, percebi que seria para o bem da humanidade confessar alguns destes segredos, prevenindo o país contra a possibilidade de um terramoto causado pela bruta força de uma porta fechada em raiva na cara de mães e pais pela nação inteira. Mais um agudo grito de uma rapariga de 16 anos “Não percebes nada da minha vida!”...e só teremos tempo de mais uma selfie de despedida com o apocalipse como padrão de fundo.
Apesar da ocasional “Duck face” e língua de fora, ainda consigo apreciar a magia de uma selfie e preferia continuar a tirá-las. Para não falar de que ainda tenho que ver o último filme da trilogia dos Jogos da Fome.
Se partilhar um pouco do meu conhecimento é a única maneira de isso acontecer, então aqui vai:
“Não achas essa saia um pouco curta de mais?” ou então, “Achas que o Tiago é um bom rapaz?”.
São perguntas armadilhadas que nos colocam logo na defensiva. É óbvio que a vossa opinião sobre o assunto já está tomada, o que faz com que a pergunta só sirva como uma maneira menos direta de nos afastar de um comportamento diferente ao que acham ser o mais correto. Nestes casos, acusações diretas ajudam mais e o método anterior apenas nos vais persuadir a seguir a estrada oposta àquela que nos tentaram indicar.
Sim, nós sabemos que já todos foram adolescentes, apesar de tal ser difícil de imaginar em alguns casos. No entanto, se parassem de assumir que nos conseguem compreender porque já foram jovens há décadas, facilitaria imenso a nossa tarefa de nos fazermos realmente compreender.
Nós gostamos de correr riscos. Dizer que não a estes é uma tarefa complicada na nossa idade. A adrenalina que se apodera do nosso corpo face ao perigo é viciante. O sentimento que nasce dessa adrenalina ainda mais viciante é. Como adolescentes estamos agora a começar a aprender o que é realmente viver. Isso significa aprender, também, que viver é arriscar.
Fingir que não nos importamos com o que têm para nos dizer é uma regra geral da adolescência, mas não passa disso... Fingimento. Por de trás da nossa má atitude e frequente revirar de olhos, a vossa opinião pesa e está a ser ponderada meticulosamente na nossa cabeça.
Embora por vezes possamos agir como se os nossos pais fossem os seres que mais detestamos no universo, o nosso amor por eles é constante e absoluto. Se há um coisa que posso afirmar com toda a certeza, é que por de trás de cada “Odeio-te” que lhes atiramos à cara existe um “Amo-te” que nos impede de fazer durar o nosso amuo sem a tentação de fazer as pazes.
Agora cuidado, segredos são segredos...e se possuem o poder de nos salvar, também possuem o poder de nos destruir.
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