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Terapias


Sábado, 01.08.15

Um é pouco, dois é demais...

Deixo aqui uma crónica da minha blogger favorita, a Brasileira Júlia Faria...

O blog é este : http://www.juliafaria.com.br

 A Júlia é atriz e posta sobre coisas diversas como cinema, moda (adoro as dicas), viagens ou mesmo crónicas... Segue agora uma bem interessante:

 

 

Eu sempre achei meio impossível se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo. Meio surreal até. Talvez por eu ser bem intensa quando me apaixono. Por amar demais quando amo. Sério, sem querer desmerecer o amor de ninguém mas amar duas pessoas sem ter que dividir todo o amor que temos para dar sempre me pareceu meio impossível.

Tipo, tá afim de dois caras? Então não gosta de nenhum. Calma, vamos lá… Gosta, super pode gostar. Mas não aaaaaama, sabe? Não é louca-apaixonada. Porque tem o outro. Que se não rolar cinema com esse hoje você não vai morrer, vai ligar para o outro e propor de jantar. Sei lá. Talvez se os dois tiverem indisponíveis dê um bode e tal mas nada muito ameaçador.

4Aí, assim, no momento em que o “curtir o cara” começar a se transformar em paixonite (sim, eu tô falando de paixão mesmo! Amor! Gostar de verdade! Visceral. Intenso. Dramático – no bom sentido! – como toda paixão/amor é quando acontece!) o outro carinha (eram dois, lembra?) começa a perder espaço inevitavelmente. Tipo ordem natural das coisas.

Na minha cabeça sempre funcionou assim!

Para falar a verdade mesmo, fora minha adolescência que foi bem animada (se é que vocês entendem!) não me lembro muito de ter que dividir a agenda… Sempre fui de histórias pontuais. Viver uma coisa até o fim para começar outra. Me atrapalho toda para administrar e acho que meu coração funciona melhor desse jeito.

De novo: sou BEM INTENSA, romântica e retardada quando decido gostar de alguém.

Puxado…

Mas voltando para turma que tem o coração grande e consegue enfiar mais de um ali dentro. É disso que vim falar hoje depois de desligar o telefone com uma grande amiga (que eu respeitarei o sigilo do nome!) que namora há mais de 5 anos, jura por tudo que ama muito o cara e que tá apaixonada por um novo, que ela vem saindo tem quase um ano. Tá bom pra vocês?

Uns com tanto, outros com tão pouco… :/

Mas voltemos para minha amiga mais uma vez. Ela tem dois bofes incríveis na mão dela e SOFRE. Sofre de verdade-verdadeira que eu sou cúmplice. Sofre com a possibilidade de fazer os dois sofrerem. Claro que se a gente for analisar a história como foi contada ela é tipo a megera, né? Se ela fosse um menino a gente não daria nenhum crédito e ia entender que a pessoa não vale nada. Pois é… Ela vale! Juro que vale! Menina da melhor qualidade!

E não é de hoje que sei de tudo isso… Já divido com ela faz tempo… E venho pensando nessas possibilidades faz tempo… Certeza que se cada uma (um!) de vocês parar para olhar em volta vai achar pelo menos uma pessoinha para contar uma história parecida. Pessoas maneiras, que estejam realmente confusas, ok? Não tô falando dos (das) galinhas que dominarão o mundo! Esses (as) eu tenho cá para mim que não tem espaço para uma pessoinha sequer no coração até uma única chegar. Mas enfim, tema para outro texto. Agora as pessoas maneiras e bem intencionadas, até você que é solteira como eu acho que é capaz de eleger dois ex que ainda mexem. Pensa aí que vou pensar daqui.

Hmmmmm…. Hummmmmmm… (Eu pensando! ;))

1Então sim. Tem duas pessoas que ainda estão numa caixinha bem elevada de importância na minha vida e acho que elas permanecerão lá até o próximo aparecer e não deixar espaço para mais ninguém. E vou me acostumando cada vez mais com a possibilidade de você ir gostando por aí. Se interessar e (por que não?) vir a se apaixonar por mais de uma pessoa.

Nunca pensei em vir aqui cagar regra, né?! Nunquinha! A idéia é só dividir mesmo. Analisar junto. Tô aqui trocando a minha opinião pessoal que pode mudar amanhã mesmo se a vida me presentear com dois bofes incríveis ao mesmo tempo como fez com a minha amiga. (Deus, na boa, pode focar em um só que já sei que já tá puxado demais!).

Mas escolher a cor do esmalte já é difícil bora parar para pensar em escolher entre duas pessoas? Igualmente maravilhosas e dispostas a te namorar. O que falta em um, sobra no outro e vice-versa. Ok, eu também queria ter esse problema na vida, mas assim, tá puxado para ela MESSSSMO!

E a vida vai seguindo… E vai doendo mais… Você vai postergando uma situação que não é legal para ninguém, nem para você. E o coração vai apertando… Mais e mais e mais… Até explodir.

O da minha amiga explodiu agorinha, tem umas três horinhas quando ela me ligou no meio da crise. Ela tá no Rio então eu nem pude ir abraçar. Deu. Chega. Foi até o limite dela e agora é a hora da escolha definitiva.

E como é que dá conselho uma hora dessas? Escolho o meu favorito? O que me dou melhor?

Nuuuuuuuunca-jamais! Jamais me responsabilizaria nem influenciaria uma coisa tão séria. Coisa que só fechando os olhos e olhando para dentro. Ela com ela mesma. No silêncio do quarto. Ela acessando a intuição. E ainda assim correndo seríssimo risco de errar.

É errando que se aprende, né?

Então…

Outra coisa que eu costumo dizer nessas situação mais chatas, em namoro que acaba e tal, é NADA É DEFINITIVO. Repeti isso muitas vezes para ela. Fora a morte, nada é definitivo nessa vida. Então, acho um bom exercício a gente tirar o peso das nossas escolhas. Não tô falando para dar menos importância na hora de escolher, jamais, vale toda a importância do mundo para qualquer escolha (da mais boba até a mais decisiva!), mas depois de feita, entrega. E espera a vida responder.

2Escolheu? Terminou? Casou? Traiu? Brigou? Se demitiu? Sei lá… Seja o que for que você tiver escolhido para você que possa estar te assustando, respira fundo e espera o medo passar. Porque se não funcionar, a gente sempre pode dar meia volta e ir atrás de consertar. Reverter. Bifurcar. Caminhar em outra direção.

Toda amiga que termina namoro eu venho com esse discurso. Tipo para que sofrer que você nunca mais vai beijar aquela boca, ou dormir com ele ou sei lá quais sejam as suas nostalgias precoces desesperadas porque você não faz idéia de como o futuro vai se encaminhar. Não tô nem falando de coisa de destino, o que tiver que ser será nem nada disso porque acho uma sacanagem vir com frase de auto-ajuda para quem tá na merda (sorry!). Tô falando da realidade mesmo, você não sabe se realmente nunca mais vai beijar a boca desse cara de novo, pode ser que beije mas pode mesmo ser que não. Mas você não sabe. Então porque colocar toda a intensidade do sofrimento em “uma vida inteira sem ele” a partir de hoje se você pode pensar que “hoje” vocês não tão mais juntos. Amanhã a gente já não sabe. Mas “hoje” você tem que tocar sem ele.

Tô aqui no exemplo do término mas vale para todo o resto também. A minha amiga, vai largar o namorado de 5 anos para viver uma história de verdade com o outro. Que nunca saiu de dentro de um quarto com ela. E tá apavoraaaaaada de medo de se arrepender, e os 5 anos e tal.

E mesma história: você vai escolher não estar com ele amanhã, na próxima semana ou quem sabe próximos meses. Não põe o peso de ser o fim de uma era. Se lá na frente viu que não era, é só recalcular a roda.

Diz se viver é não é isso?

Recalcular a rota cada vez que as coisas não tiverem fazendo sentido…

E escolher de novo qual o melhor percurso. E de novo, e de novo, e de novo…

Até a hora de acertar!

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autoria Sandra P. às 07:15


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