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Terapias



Segunda-feira, 28.09.15

Sete negócios que surgiram à boleia do ‘boom’ do turismo

Não é necessário recorrer às estatísticas para perceber que Portugal está na moda.

Pelo menos, ao nível do turismo. Das capas de prestigiadas revistas internacionais ao número crescente de companhias aéreas a voar (e a querer voar) para território nacional, o mundo parece ter descoberto Portugal nos últimos anos. E com uma autentica explosão de turistas - o número de dormidas de visitantes estrangeiros aumentou 36% entre 2010 e 2014, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísca (INE) - vieram receitas crescentes.

Com milhões de pessoas dispostas a consumir (ver página 25), a reacção está à vista: proliferaram novos negócios. Entre ‘hostels' e lojas de artigos portugueses ‘vintage', a passeios a pé com guia personalizado, de bicicleta eléctrica, num bar sob rodas ou em autocarros que navegam em água, parece que tudo vale para entreter quem chega e fazer disso negócio. Uns com investimento de milhões, outros de algumas centenas.

Cerca de 1,5 milhões de euros foi quanto Alexandre Pires e os seus irmãos investiram numa primeira ‘guest house' em Sintra, destino turístico de excelência. O projecto está a correr bem e o empresário espera ter um retorno dentro de 12/13 anos. No mês passado, abriu um segundo espaço no Estoril. No total, Alexandre Pires emprega 20 pessoas.

Da crise nasceu a Medrosa d' Alfama, em 2014. O desemprego de um amigo levou Susana Silvestre a abrir uma tasca que comercializa também produtos nacionais. A localização, num dos bairros da capital mais populares junto dos estrangeiros.

Tal como os bairros históricos, também as margens dos rios Tejo e Douro são ex-líbris das cidades de Lisboa e do Porto. E à sua volta não faltam exemplos de negócios que procuram aproveitar a curiosidade de quem os visita. É o caso dos peculiares autocarros anfíbios que despertam a curiosidade de quem passa cada vez que "mergulham" no Tejo. Em actividade desde 2013, a Hippotrip tem hoje três autocarros anfíbios após um investimento de dois milhões de euros.

A Norte, na margem do Douro, a "montra" aos turistas, sobretudo brasileiros, norte-americanos e asiáticos, faz-se também por via de artigos ‘vintage' no espaço Armazém. Ou por via de ‘tours' gastronómicos a pé.

Histórias não faltam de negócios, uns mais pequenos que outros, que proliferam ao ritmo do crescente reconhecimento internacional de Portugal.

Conheça alguns exemplos da nova oferta que o País tem a quem o visita.

Estoril vê nascer ‘guesthouse' com glamour
O Estoril tem desde Agosto uma nova ‘guesthouse'. Somewhere, o novo espaço de Alexandre Pires e dos irmãos surgiu-lhes quase por acaso. Os irmãos têm um ‘hostel' em Sintra e um amigo dos pais, sabendo disso e porque tinha uma casa abandonada no Estoril, propôs-lhes sociedade. Eles exploravam o espaço e ele entrava com a casa. Primeiro torceram o nariz, mas depois entusiasmaram-se e criaram um espaço com ‘glamour' ao estilo "estorilense". Alexandre, que vem do mundo financeiro e de uma grande multinacional diz que "os dois negócios são um projecto de vida". Em Sintra investiram 1,5 milhões de euros a comprar e recuperar o edifício e o "prazo que estipulamos para rever o investimento foi entre 12/13 anos".

Empregam 20 pessoas (12 em Sintra e oito no Estoril) e quanto ao futuro diz "tudo depende das oportunidades".


Conhecer Lisboa a pedalar e a beber um copo
A Bike Bar Tours é um novo conceito de bicicleta com bar "a bordo". Um dos mentores da ideia, Duarte Bação ( o outro é Duarte Gonçalves) diz que "a ideia passa por fazer tours ecológicos e é uma forma diferente de conhecer um pouco a nossa cultura e sobretudo é uma forma mais ecológica". Duarte Bação, licenciado em gestão hoteleira, diz que a inspiração para o negócio surgiu através de viagens (a Madrid e Amsterdão). Depois foi investir 25 mil euros e começar a operar com um veículo. Estávamos em Maio de 2014. Com uma média de 60 grupos por mês, Duarte diz que o mínimo para operarem são grupos de 7 a 8 pessoas. "É um passei agradável para fazer com os amigos, porque estamos na zona ribeirinha, dá para tirar umas fotos e as bebidas são oferta nossa".

As bebidas passam pela cerveja, vinho a copo, sangria, pepsi e ‘ice tea'. Nos vinhos, Duarte diz que "fizemos parcerias com pequenos produtores e é uma forma de darmos a conhecer o nosso vinho". O preço é de 17 euros, uma hora e há ainda a possibilidade de "contratarem" o passeio com tapas por mais cinco euros. Os clientes são na grande maioria turistas. Duarte Bação não descarta a possibilidade de adquirirem outro veículo.

Um passeio gastronómico pelo Porto
A Taste Porto Food Tours tem como objectivo dar a conhecer a cidade do Porto pelos olhos de um portuense aos turistas que a visitam, sobretudo na vertente gastronómica. O negócio, que não requer investimento inicial, é simples, Através do site da empresa onde são efectuadas, exclusivamente as marcações, André organiza os grupos que ele próprio há-de num percurso de 3,5 horas e de 3,5 quilómetros dar a conhecer um pouco da cultura, história, arquitectura e sobretudo da gastronomia portuguesa. O périplo envolve a paragem em seis locais para os turistas, maioritariamente americanos e australianos, degustarem especialidades como pastéis de chaves, vinho verde branco, chouriço assado, conservas de sardinha, éclaires da leitaria do paço, por exemplo. André diz que "temos cerca de dois grupos por dia, e agora porque contratámos duas guias, vamos passar a ter três grupos à terça e sexta. As visitas guiadas são em inglês e tem um custo de 65 euros por pessoa. Os grupos variam entre uma pessoa até um máximo de dez.




Do ‘vintage' à joalharia no Douro
A loja chama-se Armazém e reúne cinco espaços num antigo edifício com 1500 metros quadrados que já pertenceu à Real Companhia Velha, em Miragaia, na margem do rio Douro. Um dos principais locais turísticos do Porto. O empresário e relações públicas Batata Cerqueira Gomes e a mulher Raquel são os actuais dinamizadores do Armazém, onde têm à venda artigos ‘vintage' e de decoração, que casam com o ambiente do local (tectos altos, arcos e paredes em granito, madeiras antigas).

Entre as várias peças ‘vintage', Batata Cerqueira Gomes comercializa diferentes variedades de uma das suas peças de eleição e de coleccionismo: o ‘shaker'.

O empresário garante que "os turistas ficam maravilhados" com o espaço e são responsáveis por 80% do negócio das lojas. Asiáticos, brasileiros e norte-americanos são os turistas que mais facilmente puxam do cartão Visa.

A R&B (iniciais do casal) conviu para o espaço a Bairro Alto (loja de lembranças), a Mexxca (roupa e acessórios), a Sete Saias (artigos portugueses) e a ‘design' de jóias Sofia Ferreira. Batata Cerqueira Gomes realça que o espaço é ainda animado com exposições de fotografia e pintura, jantares temáticos, entre outros eventos. Na próxima semana, a Imporchama - empresa de soluções climáticas inovadoras - chega também ao Armazém.

Nesta zona ribeirinha estão também a nascer duas ‘guesthouses' e em breve abrirá mais um restaurante.

Medrosa d'Alfama: uma tasca que lucra com os turistas
A Medrosa d' Alfama, uma tasca que é um mix de bar e loja de produtos nacionais cuja clientela são quase exclusivamente turistas, nasceu no bairro que lhe dá nome em 2014. Susana Silvestre, a dona do espaço, diz que "eu e os meus dois amigos (Nuno e Raquel), que são os funcionários da tasca, fomos sempre utilizadores deste tipo de espaço, e quando um deles ficou desempregado pensamos em criar algo nosso". Mais tarde, foi a vez do segundo ficar também desempregado.

Estava dado o mote final para que o projecto arrancasse. Procuraram vários sítios até que se depararam com uma padaria que estava abandonada.

O mais difícil, confessa Susana "foi convencer o dono do espaço a alugá-lo". Depois disso, Susana fez um empréstimo a título pessoal e surgiou a Medrosa d'Alfama. Hoje o investimento está pago e a Medrosa d'Alfama facturou 70 mil euros no seu primeiro ano de actividade. Como estavam desempregados, Nuno e Raquel concorreram a um sistema de incentivo do IEFP e são eles que gerem a tasca a tempo inteiro. Susana dá uma ajuda aos fins de semana, altura em que são mais procurados.

 

Autocarros que "mergulham" no Tejo
A Hippotrip- Turismo Anfíbio é uma empresa de animação turística que proporciona aos seus clientes a oportunidade de explorarem as principais atracções da cidade de Lisboa, por terra e também a partir do estuário do Tejo, através dos seus veículos anfíbios. A ideia surgiu em 2005, quando o sócio Frank Alvarez efectou o seu MBA em Harvard, mas só iria para o terreno em 2013. Hoje a empresa tem três autocarros anfíbios tendo investido dois milhões de euros. Mas acredita que o mercado em Lisboa tem capacidade para suportar um quarto anfíbio. Apesar de não adiantar o valor da facturação, a Hippotrip efectou no primeiro ano de funcionamento 1500 viagens com mais de 29 mil passageiros tendo criado 13 postos de trabalho e quando chegar aos quatro anfíbios prevê empregar entre 25 a 30 pessoas. A duração do passeio é de cerca de 90 minutos, 25 dos quais passados na água e o preço do bilhete é de 25 euros por adulto e de 15 euros por criança. A Hippotrip está também a desenvolver parcerias com o Porto de Lisboa e o Zoo para potenciar os clientes.

 

Conhecer Sintra de bicicleta eléctrica
Francisco Guimarães começou a alugar bicicletas eléctricas em Sintra, através da Bicintra. A ideia surgiu depois da irmã e do cunhado se terem iniciado no negócio do aluguer de apartamentos turísticos. Francisco pensou que se devia oferecer aos turistas um serviço diferente. Daí até às bicicletas eléctricas com um design mais retro/vintage de modo a diferenciar-se da restante oferta e mais enquadrada com a Sintra Romântica, foi um passo. O empreendedor diz mesmo que "esta é mesmo a melhor forma para conhecer os palácios, os jardins, as praias e todos os lugares incríveis que Sintra tem".

Francisco investiu 12 mil euros em 10 bicicletas eléctricas e hoje factura 2500 euros mensais. Francisco, cuja área de formação é o ‘design' diz que anda "a pensar em expandir o negócio eventualmente para Lisboa para a zona de Belém, mas sempre nesta onda mais ecológica". Os ‘tuk-tuk', acrescenta, estão fora de questão.

O aluguer das bicicletas varia entre os dez euros (duas horas) e os 25 dias ao dia. Depois há ainda algumas variações coma opção de pacote com menu para um piquenique. Tal como em todos os negócios de turismo, Francisco adianta que "há épocas altas e baixas". O mês de Agosto "é o melhor e é quando esgotamos praticamente a nossa capacidade". A par da procura habitual, a Bicintra efectuou também algumas parcerias com unidades hoteleiras da região a fim de potenciar o negócio.

 

ler mais em : http://economico.sapo.pt/noticias/sete-negocios-que-surgiram-a-boleia-do-boom-do-turismo_229848.html

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autoria Sandra P. às 09:10

Sábado, 26.09.15

Conheça as empresas que passaram para privados nesta legislatura

Transportes de Lisboa
Em Junho, o Governo adjudicou a concessão da Carris e Metro de Lisboa ao grupo espanhol Avanza. O contrato de subconcessão, válido durante oito anos para a Carris e oito anos e meio para o Metro, pressupõe o pagamento de 1.075 milhões de euros por parte do Estado, mas deverá gerar, nas contas do ministério da Economia, uma poupança global de 215 milhões de euros. O contrato, que será assinado hoje, tem por base o pagamento de 625 milhões de euros pela operação da Carris e de 450 milhões pelo Metro de Lisboa, valores que incluem o custo que será cobrado ao Estado por quilómetro percorrido. Em troca, o grupo espanhol, detido pelos mexicanos da ADO, entregará ao Estado 70% das receitas geradas, no valor estimado de 1.713 milhões de euros durante o período de concessão.

Transportes do Porto
As concessões da STCP e da Metro do Porto foram dos mais polémicos concursos lançados por este Governo. Depois de falhar a venda ao consórcio formado pela TMB e Moventia, por falta de entrega de garantias, o Governo avançou com um segundo concurso, feito num recorde de 12 dias, por ajuste directo, e que acabou com a entrega da STCP e da Metro do Porto à Alsa e à Transdev, respectivamente. Os dois operadores privados irão receber do Estado, em conjunto, 900 milhões de euros durante os dez anos de concessão previstos, uma média de cerca de 90 milhões por ano. O Diário Económico sabe que a expectativa dos responsáveis pelo processo é que o contrato seja entregue no Tribunal de Contas no início de Outubro, o que pressupõe que seja assinado nas próximas duas semanas.

Aviação: TAP e ANA
De um ponto de vista financeiro, a venda da ANA aos franceses da Vinci, ainda em 2012, foi uma das privatizações mais bem-sucedidas do actual Executivo, permitindo um encaixe de 3.080 mil milhões de euros, dos quais 1,2 mil milhões representam o pagamento pela concessão por 50 anos. Já do ponto de vista operacional, as queixas dos utilizadores do aeroporto, nomeadamente quanto à variação das taxas aeroportuárias aplicadas, deixam dúvidas sobre o modelo adoptado. Mais modesto foi o encaixe conseguido com a venda da TAP, que ainda está em vias de ser concretizada. A operação ficou fechada com o consórcio Atlantic Gateway, controlado por Humberto Pedrosa e David Neeleman, por dez milhões de euros, mas com o compromisso de recapitalização da empresa por 354 milhões de euros, dos quais 269 milhões deverão entrar assim que haja as autorizações regulatórias e os restantes ao longo do próximo ano.

Comunicações: CTT
A privatização dos CTT foi considerada uma das mais bem sucedidas pelo Governo. A empresa liderada por Francisco Lacerda é 100% privada e com a totalidade do capital disperso em bolsa, o que rendeu mais de 900 milhões de euros. Na primeira fase, em Dezembro de 2013, o Governo vendeu 70% da empresa, com um encaixe de 560 milhões de euros através de uma Oferta Pública de Venda (OPV). A segunda fase, onde se alienou o resto do capital, gerou um encaixe de 341 milhões de euros através de venda directa a investidores institucionais. A estrutura accionista dos CTT é uma das mais diversificadas do mercado, com muitos fundos de investimento e investidores internacionais. O mercado tem considerado as acções dos CTT como uma das mais bem sucedidas.

Energia: EDP e REN
As privatizações da EDP e da REN permitiram ao Estado um encaixe de 3,3 mil milhões de euros. Cerca de 60% do previsto no memorando da ‘troika' com o pacote global das privatizações.
Em 2012, a eléctrica liderada por António Mexia foi vendida à China Three Gorges, que comprou 21,35% do capital por 2,7 mil milhões de euros. Meses depois foi a vez de a REN ser vendida ao grupo chinês State Grid e à Oman Oil por um total de 592 milhões de euros (40% do capital).
Estes dois processos não foram isentos de duras críticas. Uma auditoria do Tribunal de Contas concluiu ter havido um conflito de interesses, com consultores a trabalharem para ambos os lados, condenado, por isso, a conduta da Parpública. O Tribunal de Contas considerou ainda que o Governo não tomou medidas legislativas "que acautelassem os interesses estratégicos do Estado Português". E que os elevados dividendos anuais das empresas podiam render, no longo prazo, mais dinheiro ao Estado do que as respectivas operações de venda.

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autoria Sandra P. às 18:09


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